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Guia de sobrevivência de uma brasileira em Dubai (parte 1)

Guia de sobrevivência de uma brasileira em Dubai (parte 1).

Algum tempo atrás estive conversando com minha amiga Juliana, que mora em Dubai há 3 anos, sobre uma ideia de um post contando um pouco de como é viver num país com tantas diferenças culturais. A Ju, como boa amiga e escritora, topou na hora, e assim, faremos 4 posts especiais sobre Dubai, com dicas, curiosidades, fotos, e muito mais.

Dubai

No post de hoje, a Ju se apresenta e conta um pouco de sua chegada nos Emirados, a melhor época do ano para visitar, como tirar visto, etc. Vamos nos juntar a ela nesse mundo tão diferente?

Com vocês, Juju.

Guia de sobrevivência de uma brasileira em Dubai (parte 1)

Marhabah!!! (quer dizer “olá” em árabe. Pronúncia: Mar-rra- ba)

Meu nome é Juliana Alfa, tenho 43 anos, sou uberlandense e juntamente com meu marido (meu segundo casamento) temos 4 filhos todos adultos. Há 11 anos moro fora do Brasil, sendo os 3 últimos em Dubai, nos Emirados Árabes. Meu esposo é americano e, portanto, quando nos casamos em 2005 minha filha e eu mudamos para os Estados Unidos. Nos últimos 6 anos ele tem trabalhado para uma empresa indiana baseada em Dubai. Foi assim que, em 2014, nossa aventura no Meio Oriente se iniciou.

Parte importantíssima da minha vida são minhas preciosas amigas da adolescência, e entre elas a queridíssima Thays que me convidou a mostrar para suas leitoras um pouco desse pais tão diferente do Brasil!

Juju – cidadã do mundo

Como em qualquer lugar do mundo, visitar é bem diferente que morar. Quando se vai a um país a passeio, pode-se fechar os olhos para o que não te agrada ou não te convém aproveitando somente a parte boa. Mas quando se mora num país eu aprendi que aquilo que você não se adapta deve-se adotar para que não haja conflito com o seu dia-a- dia.

Onde morava nos EUA a temperatura chegava a 40 graus abaixo de zero enquanto aqui atinge até 50 graus no verão. Lá eu curtia as 4 estações bem definidas e aqui morro de saudades das cores do outono; do frescor da primavera; da neve caindo no Natal, mas tive que me adaptar com isso e muito mais.

Fora do seu país, deve-se ter uma compreensão mais ampla e humilde sobre a cultura do seu povo; entender as regras e respeitar os costumes. Especialmente num país onde as regras são rígidas como aqui e onde a cultura é extremamente valorizada.  O expatriado deve lembrar que é visita aqui, que mora em terra estranha e assim como todos visitantes que vão ao Brasil se veem obrigados a seguir nossas regras e aceitar nossa liberdade de expressão, da mesma forma devemos ponderar e entender o inverso dessa realidade.

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Com minha filha Bárbara no Souk Al Bahar

Visto, Moeda e Leis

Nesta visão, gostaria de deixar algumas dicas para quem pensa em visitar essa terra misteriosa e tão rica em todos os sentidos. Bom, para começar, diferente do visto para os Estados Unidos, o visto para os Emirados pode ser feito diretamente pela própria agência de turismo ou pela própria empresa aérea no momento de emissão do seu bilhete.

Assim, o custo também é bem diferente, somente 100 Dirhams (Dirham: AED é a moeda local, pronuncia-se: Dirãm) e vale 3,68 dólares ou 0,97 reais e a flutuação é mínima. O visto é somente um documento avulso e descartável (uma folha de papel mesmo, não é colado no seu passaporte como outros) já que a estadia máxima autorizada para turistas é de 30 dias. Aqui a lei é rigorosa com tudo, portanto leve as regras a sério e não expire sua estada nem mesmo em 1 hora. Ou terá sérias consequências perante a autoridade local e será banido de uma futura visita, ou seja, nunca mais conseguirá visitar os Emirados.

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Exemplo da moeda – 1000 dirhams
DINHEIRO

Uma vez nos Emirados não há troca de Reais, ou seja, ao visitar o país deve-se trazer dólares ou outras moedas como Euro também são trocadas, ou cartões de créditos. Vale lembrar também que assim como aqui, regressando ao Brasil também não haverá câmbio da moeda, portanto troque seus restantes Dirhams por dólares antes de sair do país.

Melhores meses para viagem a Dubai

Existem vários pacotes que compensam para as baixas temporadas, incluindo vôo ida e volta, hotéis 4 ou 5 estrelas e café da manhã. Porém a baixa temporada aqui é bem quente, com temperaturas variando de 30 ate 50 graus Celsius. Basta escolher uma época mais amena. Os meses mais quentes são: junho, julho e agosto. Alguns amigos meus, inclusive de Uberlândia, visitaram Dubai no mês de agosto e setembro e foi tudo tranquilo. Já no inverno: novembro, janeiro e fevereiro aqui faz frio sim, por incrível que pareça a temperatura pode chegar perto de zero e até nevar em algumas cidades.

Chuva aqui somente alguns poucos dias no inverno. Nesses meses a cidade lota de turistas e os cafés e restaurantes ficam com as calçadas lotadas; a cidade fica mais “viva”; e alguns passeios são possíveis como uma volta de balão ou visita pelo maior jardim de flores naturais do mundo. Sobre dicas de passeios falaremos num próximo post.

Melhor Mês

Sugiro sim evitar visita durante o mês do Ramadan, que é o maior feriado islâmico. Nesse mês eles jejuam do nascer ao pôr-do- sol, e fica proibido (para islâmicos ou não) alimentar-se ou beber água em público. Ou seja, a pipoquinha do cinema não será vendida. Nada de pegar táxi ou passear no shopping segurando garrafinha de água, ou seja, um inconveniente tremendo para os visitantes.

Em 2015, o Dubai Mall passou a oferecer um “food court area” totalmente isolado onde as pessoas podem entrar; lanchar e continuar as compras, não podendo sair comendo ou carregando alimento de lá. O Ramadan varia de acordo com calendário lunar, e por isso a cada ano ocorre dez dias mais cedo. Para pesquisar basta colocar no Google “Ramadan+ano” que saberá a data evitando a visita nesse período do ano. Este ano por exemplo será de 6 de junho até 4 de agosto.

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IFTAR – Jantar quebra jejum do Ramadan

Nesse período os funcionários públicos trabalham das 9h as 14h e o setor privado geralmente libera os funcionários às 16h. Durante o Ramadan existem várias promoções de vôos, hotelaria, shoppings, e os exuberantes buffets às sextas-feiras oferecem excelentes promoções chegando até 70% de desconto 🙂

Cultura Islâmica

Morando aqui há quase 3 anos, me acostumei com a cultura local. Mas há quem se choque em uma primeira instância ou pelo menos ache algumas atitudes “ridículas”. Meu conselho é:  não julgar. Cada um nasceu e cresceu numa cultura peculiar. O que é chocante para eles para nós e comum. Se para o brasileiro é normal beijar na boca em público, aqui é normal para as mulheres irem à praia com os chamados ‘burkinis’ (vestimenta árabe que cobre todo o corpo e cabelos).

Apesar da diferença cultural, alguns países dos Emirados abraçam todas as culturas pois grande parte de sua riqueza vem do turismo, como por exemplo Dubai. É comum observar expatriados e turistas andando de short ou minissaias pelo shopping em meio aos emiratis cobertos da cabeça aos pés com as burqas, abayas, kanduras e hijabs.

A cultura árabe é bem rica e super valorizada. A dança do ventre por exemplo está presente em todos os restaurantes libaneses e durante o jantar nos safaris no deserto. A quebra do jejum do Ramadan, chamado Iftar também é uma tradição esperada e programada ao longo do ano. Ao pôr-do- sol as famílias se reúnem rezando em agradecimento e depois se fartam com os mais extravagantes banquetes imagináveis.

A semana aqui começa no Domingo, sendo Sexta e Sábado o fim de semana, porém a maior parte da classe trabalhadora tem somente a Sexta de folga. Já pensou? As férias em geral são 30 dias, mas não existe 13o. salário. Por outro lado, aqui não se cobra imposto. Não e cobrado taxa em lojas ou supermercados. E claro, a gasolina e também setor automotivo aqui custa um terço comparado com EUA ou Brasil. Mesmo sem imposto e taxas o custo de vida em Dubai é um dos maiores do mundo.

Brasileira vivendo em Dubai

Viver em Dubai é bem tranquilo e seguro. Aqui o índice criminal é quase zero pois não há tolerância alguma com qualquer tipo de infração a lei, e as penas vão desde multas altíssimas combinadas com tempo em prisão até deportação. Isso me dá uma tranquilidade que não vivi nem quando morei nos Estados Unidos. Aqui posso caminhar qualquer hora do dia ou da noite sozinha, deixar o carro destrancado; celular e carteira sobre a mesa enquanto me sirvo num restaurante, e por aí vai.

Então este é um dos maiores atrativos para todo expatriado e visitante. Viver aqui também significa estar longe, muitas mil milhas longe da família e amigos, o que dificulta a visita. De São Paulo para Dubai são 14:30h de vôo direto e realmente não é todo mundo que tem essa disposição.

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Primeiro Natal em Dubai – tinha brasileiro. emirati, libanese, frances, portugues, americano, australiano.

A comunidade de expatriados é extensa, somente 10% da população é local. Portanto não é difícil conhecer outros brasileiros e fazer algumas amizades temporárias. Mas como o visto de trabalho aqui em geral é de somente 2 anos, a rotatividade é alta e não se cria raízes. Obviamente com todo o luxo e variedade que se pode imaginar, quem mora em Dubai está cercado de mordomias. As mulheres se esbaldam com os luxuosos SPAs e brunches para camuflar um pouco da solidão.

Tudo de novo, melhor, maior, mais rápido está aqui. Só em 2015 Dubai já possuía 150 recordes mundiais. No próximo post falarei um pouco mais sobre as maravilhas e extravagâncias que Dubai oferece. Darei dicas de hotéis, restaurantes, passeios, compras e falarei sobre o mundo fashion e beautè da mulher árabe.

Ma’assalama (tiau, até)

Juju.

FIM DA PARTE 1

Então meus amores, que tal? Eu adorei conhecer um pouco mais da realidade dos Emirados. Confesso que nunca tinha pensado em viajar para lá, até minha amiga Ju se mudar para lá. Queria ganhar na mega sena, kkkk, para poder visita-la, afinal a passagem é bem cara, e como a viagem é muito demorada, o ideal seria viajar de primeira-classe (ou classe executiva), mas aí o precinho é ainda mais alto. Mas, quem sabe né?

No próximo post, a Ju vai nos falar um pouco mais sobre lugares para visitar, restaurantes, dicas de beleza e comprinhas.

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